Pergunto-me como posso sucumbir nesta vertigem que eu mesma provoco e temo. Tudo está
acontecendo tão rápido. Já faz parte da minha vida, do meu pensamento, do meu
cotidiano, da minha carne, das minhas palavras, da minha voz... Tenho medo,
medo de mim, de você, de te perder, perder o que nunca foi meu, quiçá nunca
possa ser. Somos expectativas, momentos auspiciosos, tempos que se divergem. Nada
que sentira fora tão forte, nada que vivera fora tão intenso, ainda que essa
intensidade não possa ser recíproca. Preciso medir perspectivas, acalmar-me,
porém não consigo, DEVO, posso, porém não quero. É tal o desvario, que submerjo a distrair-me, a contemplar no espelho vendo tua face, a
observar-lhe por inteiro, nem mesmo estando presente, ou até mesmo nem
percebendo aqui presente, a mulher, a amante, o sentimento, que melodicamente,
é uma parte minha incompleta de você, que nem mesmo compreendo, nem controlo,
não denomino apenas, infelizmente, sinto.
(Milly Almeida- 18/05/2012)
(Milly Almeida- 18/05/2012)