"Há anos buscando-me em seios e sexos que
deveras tido num corpo não meu. Anos perdidos em sonhos, ilusões, dependentes desejos
outros ( meus?). Minha mente, inversamente proporcional ao meu corpo,
multiplica-se às milhares esferas visuais de mim. Espelhos não refletem o que
sou. Meus olhos não aceitam o que estou. Minha boca é silenciada pelos tantos
pensamentos ‘martirizantes’ de almas inocentemente perversas e inteligentemente
burras, animais.
Por vezes busquei morrer, sair do que não
me pertence (ia), tentando encontrar no vácuo ou no arquiteto uma figura mais
minha do que todas as outras que esperei que fossem de mim, mas nunca foram e
que preciso que um dia, não completamente, mas ao mínimo, sejam.Mas não agora.
Estou encoberto por tecidos, drogas, e anestésicos. Vomito infertilidades, Soluço textos-e-romas, respiro mudanças. Um dia, serei eu, me encontrarei, de fato, em mim, nem que para isso, não precise da faca ou da seringa, mas da própria foice digna da morte."
Estou encoberto por tecidos, drogas, e anestésicos. Vomito infertilidades, Soluço textos-e-romas, respiro mudanças. Um dia, serei eu, me encontrarei, de fato, em mim, nem que para isso, não precise da faca ou da seringa, mas da própria foice digna da morte."
[Desabafos de um(a) adolescente frustado(a). 15/03/1897]
(Milly Almeida* 31/05/2013)